Irã Acusa Israel Pela Morte do Líder do Hamas e Promete Vingança; Ministro Israelense Diz Estar Preparado
Na madrugada desta quarta-feira (31), Ismail Haniyeh, líder máximo do Hamas, foi morto durante uma visita a Teerã, onde participava da posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. O Irã acusou Israel pelo assassinato e prometeu vingança. O ministro da Defesa israelense afirmou estar preparado para todas as eventualidades, embora Israel não tenha assumido a autoria do ataque. Territórios palestinos decretaram greve geral em resposta.
O Incidente em Teerã
Ismail Haniyeh, uma figura central do Hamas, foi assassinado na capital iraniana enquanto participava da cerimônia de posse do novo presidente iraniano. Segundo um comunicado do Hamas, Haniyeh e um de seus guarda-costas foram mortos em um ataque aéreo em sua residência. A Guarda Revolucionária iraniana confirmou o ataque e prometeu uma retaliação. “O sangue de Haniyeh não será derramado em vão”, declarou o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.
Reações Imediatas
O governo israelense, através de seu porta-voz, não comentou sobre a morte de Haniyeh, mas ressaltou que está em alerta máximo para qualquer retaliação iraniana. “Nós não buscamos guerra, mas estamos prontos para todas as possibilidades”, disse Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel.
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, estava presente na cerimônia de posse e foi visto próximo a Haniyeh momentos antes do ataque. O governo iraniano anunciou um funeral para Haniyeh na quinta-feira (1º de agosto), com seu enterro planejado para o dia seguinte em Doha, no Catar.
Greve Geral nos Territórios Palestinos
Nos territórios palestinos, tanto na Faixa de Gaza quanto na Cisjordânia, foi declarada uma greve geral em protesto contra a morte de Haniyeh. “A situação está tensa, com checkpoints fechados e a comunidade apreensiva”, relatou Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina. O governo iraniano também decretou luto oficial de três dias.
Respostas e Declarações Internacionais
O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou duramente a ação, afirmando que “o Irã defenderá sua integridade territorial” e que “Israel pagará caro por este ato covarde”. A Guarda Revolucionária iraniana também prometeu uma resposta firme. “Nós e nossos aliados da resistência vamos responder a este crime”, declarou um porta-voz da Guarda.
Egito e Turquia também responsabilizaram Israel pelo assassinato. “Este incidente demonstra a falta de compromisso de Israel com a paz regional”, afirmou um comunicado do governo egípcio. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, classificou o ataque como “uma tentativa de sabotar a causa palestina”.
Quem Foi Ismail Haniyeh
Ismail Haniyeh era uma figura proeminente no Hamas, atuando como líder político do grupo desde 2017. Ele viveu entre a Turquia e Doha, no Catar, desempenhando um papel crucial nas negociações de cessar-fogo e na diplomacia do Hamas. Haniyeh perdeu três filhos e quatro netos em um ataque aéreo israelense em abril de 2024, o que aumentou as tensões entre Israel e o Hamas. Ele era visto por muitos como um moderado em comparação com outros líderes do Hamas, apesar de sua retórica forte.
Tensão Crescente
O assassinato de Haniyeh ocorre em um momento de alta tensão entre Israel e o Hamas. Em outubro de 2023, um ataque do Hamas a Israel resultou em 1.200 mortos e cerca de 250 reféns, levando a uma resposta militar israelense que já causou mais de 35.000 mortes em Gaza. “Nós continuaremos nossa luta até que nossos objetivos sejam alcançados”, declarou Haniyeh em uma de suas últimas aparições públicas.
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